“Você tem uma história. Eu tenho uma história. Não importa qual é a verdade. O importante é acreditar. ”
Após o grande evento do ano passado, Guerras Secretas, atualmente sendo publicada no Brasil pela editora Panini, envolvendo todo o universo Marvel com seu final cheio de pontas soltas no enredo propositalmente, atiçando a curiosidade dos leitores que ficaram sem saber o que aconteceu no intervalo cronológico de oito meses após final da saga e o começo da nova serie dos mutantes “Extraordinary X-Men”.
Death of X, escrita pela dupla Charles Soule e Jeff Lemire, com arte de Javier Garron, auxilia o leitor a manter o foco na trama, com closes específicos nas reações de certos personagens deixando explicito o que cada um está sentindo, idealizada para trazer um final memorável para um dos mutantes mais famosos do universo Marvel e membro fundador dos X-Men. Sempre demonstrando uma opinião bem radical e nada harmoniosa com o restante do grupo, cometendo crimes graves, como a morte de seu mentor, o Professor Charles Xavier devido a exposição da Força Fênix, Scott Summers estava perdido entre os títulos dos mutantes, comandando uma equipe de X-Men secundaria, tentando pagar pelos seus pecados e assim compensando os seus erros.
Nesse arco de quatro edições é revelado o motivo de Ciclope ser mencionado como um terrorista e por alguns como o salvador de uma raça nas edições atuais das histórias dos Inumanos e dos X-Men. Mostrando finalmente o trágico destino do mutante desaparecido desde o desfecho da saga Guerras Secretas, servindo como um prologo para a inevitável guerra entre os X-Men e Inumanos.
A história começa com os X-Men, liderados por Ciclope ao lado de Emma Frost, indo a Ilha Muir investigar um pedido de socorro do Homem-Multiplo, Jaime Madrox, que gerenciava um Centro de Pesquisas para Mutantes com o auxílio de suas copias. Chegando lá um nevoeiro estranho está cobrindo todo lugar e junto dele milhares de mortos inclusive Madrox, que aponta segundos antes de morrer para os X-Men o motivo das mortes, intoxicados pela Nuvem de “Terrigen” Liberada pelo líder dos Inumanos, Raio Negro, com o intuito de despertar os Inumanos latentes do planeta inteiro.
“Eu tenho sido um estudante, um guerreiro, um professor, um revolucionário, um… assassino. Eu tentei aprender com os meus erros, inspirar as pessoas, ajudar da maneira pude. Mas agora… está tudo contaminado. Muita coisa aconteceu. Eu não sou mais a mesma pessoa. Estou acabado. Tudo o que resta é a ideia. Mas aqui está a coisa agradável… ideias nunca morrem”.
Death of X, apresenta um Ciclope mais maduro e decidido, lembrando mais o mutante do magnetismo, Magneto, do que seu antigo mentor. Seguindo cegamente e de forma agressiva os seus ideais em um caminho sem volta em prol da raça mutante, fazendo o que fosse preciso para obter sucesso em sua cruzada.
Os personagens secundários estão lá apenas para que a trama tome forma, apesar de ter Emma Frost comandando os eventos pelas sombras da narrativa, é uma história completamente para a mitologia do primeiro X-Men. O mutante britânico Alquimia tem uma participação fundamental no arco, de volta ao universo Mutante após anos no limbo da editora, criado nos anos 80 por Paul Bestow para o Ato de Registro Mutante, evento de grande importância para os X-Men na época.
A conclusão surpreendente dessa história, revela ao leitor que o estopim foi o luto de uma mulher para com seu amado. Ciclope foi vítima da nevoa, falecendo em instantes após entrar no laboratório de Madrox. Pensando em imortalizar o seu amado, Frost, planeja tudo que foi mostrado no final do primeiro volume, utilizando uma projeção mental de seu amado, dando o grito de guerra contra os Inumanos para o planeta inteiro ouvir. Martirizando Scott num embate contra Raio Negro e assim o elevando ao status de uma ideia, imortalizando seu amado.
Death of X marca o fim de uma era, em 2001 veio “Os Novos X-Men” com roteiro de Grant Morrison, apresentando um novo começo para os filhos do átomo, sem medo de ousar e iniciando a fase polemica dos mutantes, colocando ênfase nas relações entre o Homo Superior e o ser humano comum.
Em seguida veio Joss Whedon comandando “Os Surpreendentes X-Men” de forma exemplar em 2004, uma época memorável para os fãs dos mutantes com histórias surpreendentes e interligadas com o universo Marvel como a saga aclamada “Dinastia M” que serviu como um reinicio para a revista dos Vingadores.
Com Jason Aaron em 2011, o universo mutante virou de cabeça para baixo com “O Cisma mutante”, colocando Wolverine contra Ciclope num conflito de ideais, de um lado Logan cansado de ver jovens mutantes perdendo a sua infância e de outro Summers militarizando cada vez mais os X-Men, causando a ruptura atual do universo mutante.