Aproveitando o lançamento da próxima Graphic MSP, Piteco: Fogo, no próximo mês, entrevistamos o autor do quadrinho abordando sobre sua carreira e seu trabalhos.
- 1) Para quem não te conhece, quais são as obras que você participou?
R: Algumas das obras que participei: Fractal, Cidadão Invisível, The Last Phantom, Feira da Fruta em Quadrinhos. E atualmente estou trabalhando em Piteco e na minha série mensal na Image, Self Made, com roteiros de Matthew Groom. No mercado independente: QUAD e Opala 76.
- 2) O que te motivou a ser quadrinista?
R: Desde pequeno, sempre curti animação, sentava na frente da TV e ficava desenhando meus personagens favoritos. Mais tarde, meu pai me apresentou a livros como: Tarzan, Isaac Asimov e também dos quadrinhos do Batman, Conan, Tex e Fantasma.
Mas a HQ que realmente me motivou a fazer quadrinhos foi O Cavaleiro das Trevas do Frank Miller. Depois de ler aquilo, eu passei a amar quadrinhos e querer fazer isso um dia.
- 3) Como é produzir quadrinhos no Brasil?
R: Não é fácil. Acho que quase todos amigos quadrinistas que tenho, tem que manter a produção de HQ, como projeto pessoal, enquanto se sustentam trabalhando em publicidade, didáticos, produtoras de filmes e games. Ou até como funcionários públicos, professores e etc. Fazer quadrinho exige muita disciplina e comprometimento, e é até difícil quando você tem que fazer isso, conciliando trabalho, família e tudo mais.
Agora, no mercado americano, tenho conseguido tocar apenas nos quadrinhos, porque recebo mensalmente por revista, isso ajuda muito a melhorar o meu o trabalho, já que posso focar exclusivamente na produção da série. O mesmo com o Piteco.
- 4) Como voce enxerga o cenário de quadrinhos no Brasil, principalmente para o artista independente?
R: Acho que estamos numa época super incrível, por conta das plataformas de financiamento coletivo, editais e eventos como a CCXP, que facilitam a produção e ajudam na venda das revistas.
Além de que em meus anos de carreira, nunca ver tanta gente produzindo quadrinhos de qualidade, para todos os gêneros e gostos. Os corredores do Artists Alley na CCXP ou do FIQ em Belo Horizonte, são inspiradores demais. Por outro lado, ainda precisamos de mais leitores e formas de distribuição, porque só dois eventos no ano não são suficientes para uma venda significativa.
- 5) Onde podemos encontrar os quadrinhos que você teve participação?
R: Na Comix, na Loja da Ugra Press o material independente. O Self Made dá para comprar pela Amazon ou Comixology.
- 6) Durante a CCXP, tivemos o anúncio da nova Graphic MSP do Piteco, do qual você fará o roteiro e arte. O que pode nos dizer sobre esse lançamento? Quanto tempo teve que ficar em segredo?
R: Tive que ficar em segredo por uns 6 meses senão me engano. Foi duro! Não posso dizer muito também, o Sidão (Sidney Gusman, editor) gosta de manter tudo em segredo.O que posso dizer é que aprovamos o roteiro em dezembro e a produção foi a todo vapor para o lançamento em Junho. E também, estou curtindo muito o personagem e a história que criamos.
O Sidney me ajudou muito como editor, apontando coisas no roteiro que podiam ser melhoradas, passando o que eu podia e não podia fazer com o personagem. Trabalhar com um personagem clássico como o Piteco, é uma grande responsabilidade. Mas acho que conseguimos equilibrar bem minha forma de ver o personagem, com a expectativa do Sidney como editor e a visão do Mauricio de Sousa, criador do Piteco.
- 7) Ainda sobre Piteco, você pediu conselhos para o Shiko (Autor da primeira versão do personagem na linha MSP)? O que podemos esperar de diferente em relação a versão do Shiko?
R: Não cheguei a falar com o Shiko e inicialmente, não quis ler o Ingá até ter uma ideia do que eu queria escrever, foi só depois de apresentar o primeiro rascunho da história, que o Sidney achou que seria legal eu ler para não rolar repetição de temas.
A história do Shiko é incrível e adoro a mitologia que ele criou para o personagem. Mas eu acredito que cada autor, é único e por consequência sua obra. Como eu não sou o Shiko, meu Piteco será diferente do dele e também o universo em que ele está inserido.
Tudo isso é claro, mantendo a essência do personagem. Eu quis colocar muito das influencias e experiencias de vida na história, assim como Shiko fez na história dele, porque na minha opinião não é a técnica que dá valor ao artista, e sim o quanto de sim mesmo, ele coloca no que faz, pois isso traz autenticidade para a obra. Em questão de gênero, será uma aventura, com muitas cenas de ação! E com algumas surpresas! Aguardem!
- 8) Algum recado final para quem está lendo esta entrevista?
R: Obrigado por lerem a entrevista! Se quiserem conhecer mais o meu trabalho, me sigam no Facebook, Twitter e Instagram, pois vou atualizando o status dos projetos.