Resenha – Antes de Watchmen: Coruja

Muita gente torceu o nariz quando a DC resolveu ressuscitar Watchmen com histórias narrando acontecimentos anteriores à obra-prima de Alan Moore. Mas, a realidade é que nada mudará a qualidade do original e, por mais que gere controvérsias, é sempre interessante ver novas leituras de personagens que você tanto estima.

Aqui no Brasil, a Panini está lançando as edições da série “Antes de Watchmen” e a primeira compilação a chegar nas bancas foi do Coruja. Escrita por J. Michael Straczynski (mais conhecido por seu trabalho em O Espetacular Homem-Aranha) e ilustrada por Andy e Joe Kubert, a HQ mostra os primeiros passos de Daniel Dreiberg como o Coruja e também o início de sua parceria com Rorschach.

O mais interessante da HQ fica por conta da infância de Dan, que sofreu com o bullying e, principalmente, com o desprezo e violência doméstica de seu pai. Porém, sempre deu seu melhor para superar as adversidades, vendo no super-herói Coruja um modelo a ser seguido. Por isso, ele tenta e consegue descobrir a verdadeira identidade do héroi, convencendo-o a aceitá-lo como ajudante.

Essa primeira parte da história flui muito bem e, por mais que o Coruja esteja longe de ser um dos meus personagens preferidos em Watchmen, consegue prender sua atenção. O problema está na segunda parte, onde vamos Daniel  já atuando como o novo Coruja.

Na segunda metade da HQ temos o encontro do Coruja com Rorschach e o início da parceria entre os dois, porém apesar de vermos um pouco da dinâmica entre eles, ainda fica aquém do que poderia ter sido mostrado, afinal essa HQ é um prelúdio e o autor teve total liberdade para ir mais fundo.

Após vermos como Daniel se torna o Coruja e seu primeiro encontro com Rorschach, a história enfoca num caso envolvendo a morte e o desaparecimento de várias prostitutas. Entretanto, não foi a toa que o autor optou por colocar um caso como este no foco da HQ, ele traz a tona os traumas de Daniel vendo sua mãe apanhar de seu pai, colocando-o frente a frente com alguns fantasmas de seu passado.

A premissa é interessante, mas o problema é que o tal trauma foi muito pouco explorado, então não temos realmente a sensação de que o Coruja superou algo. Sendo essa a razão da segunda parte da minissérie não ser tão consistente quanto o seu início. Ainda assim, vale a pena comprar “Antes de Watchmen: Coruja” e termos um vislumbre de alguns momentos do passado do herói.

Nota: