O cinema sempre foi muito bem apoiado pelo grande público, ainda mais quando falamos do cinema americano. Com grandes produções e efeitos, cada filme toma forma do seu jeito, mas quando pensamos no gênero de terror nem sempre precisamos disso tudo, especialmente sendo aquele mais em alta aos olhos do público, e com Ao Cair da Noite não foi muito diferente.
Com seu terror psicológico experimentamos sensação que similar aquela do longa “A Bruxa”, mas com a rapidez de cenas vistas em “Corra!”. O filme se inicia com uma cena de despedida da filha de seu pai doente, onde ficamos sem entender muito bem o que está ocorrendo. Contudo, logo chegamos a cena brutal, que nos faz entender – ainda que não muito – um pouco do que está por vir.
Vemos a sociedade agindo de forma já esperada numa situação pós-apocalíptica. Aqui o grande inimigo é um vírus altamente contagioso que teria matado boa parte da humanidade. No filme seguimos uma família tentando sobreviver ao terror, reagindo ao desconhecido e se prevenindo de todas as formas. Vemos as pessoas lutando pela sobrevivência e tentando cuidar dos mais próximos. Entretanto, como todo humano, temos sim o instinto de ajudar ao próximo, mas não raramente há aquele sentimento de ter um pouco de “pé atrás” já que nem todas as pessoas tem boas intenções.
O filme consegue representar bem a questão de sociedade, inclusive do ponto de vista racial – algo que vemos em Corra! – mas, que aqui é mostrada de forma mais sutil, principalmente por não ser o foco da história. O jogo de câmeras com zoom-in constante nas cenas de tensão nos faz sentir ainda mais o sadismo criado pelo diretor, Trey Edward Shults, que gosta de provocar o telespectador nos fazendo mergulhar ainda mais na história.
Ao Cair da Noite, nos leva me uma jornada de medo e tensão pelo desconhecido, sendo guiados pelo garoto negro em seus pesadelos e seu lampião que ilumina o caminho, para que consigamos ver não só as pessoas, mas também o mal que pode existir em cada um.