Certamente Círculo de Fogo (Pacific Rim no original) foi um dos lançamentos mais aguardados do ano, principalmente para quem, como eu, cresceu assistindo às diversas produções japonesas que retratavam confrontos entre mechas (robôs gigantes) e poderosos monstros. O diretor Guillermo del Toro não negou sua influência e resolveu transportar para Hollywood um filme mais fiel e de acordo com sua visão das produções nipônicas.
A premissa de Círculo de Fogo é bastante simples e direta ao ponto. A humanidade seguia seu curso normal quando sofremos a invasão de seres gigantes provenientes de outra dimensão, que entraram em nosso mundo através de uma fissura dimensional localizada no Oceano Pacífico. Estas criaturas começaram a ser chamadas de Kaijus.
Com os Kaijus devastando cidades inteiras e sendo necessários dias para abatê-los, ao custo de incontáveis vidas, os seres humanos se viram obrigados a criar uma nova arma para rivalizar com os monstros gigantes: os Jaegers, usando a melhor tecnologia possível, criou-se um programa entre nações visando a construção de robôs gigantes (Jaegers). Ou seja, criamos monstros para enfrentar os que estavam invadindo nosso mundo.
Para que cada Jaeger seja operado é necessário dois pilotos operando, pois a leitura parte diretamente do cérebro dos pilotos e ficou provado que uma única pessoa não é capaz de aguentar a carga necessária para pilotar. Aliás, esta foi uma das grandes sacadas do longa, mostrando a necessidade de um esforço em conjunto para se obter algo maior e enfatizando toda a ligação que é preciso que os pilotos tenham.
O programa Jaeger começou a dar resultados e os Kaijus começaram a ser vencidos, porém novos Kaijus foram aparecendo, cada vez maiores e mais fortes, e os Jaegers foram caindo pouco a pouco. Agora, com esta iniciativa perto de ser cancelada, pouco resta a humanidade, além de uma cartada final.
Conforme disse, apesar da sinopse simples, o filme me agradou muito. Me lembrei de todas as produções japonesas com robôs gigantes (Changeman, Flashman, Jaspion, Power Rangers, entre outros) que vi durante a infância e fiquei feliz por estar assistindo um projeto desta grandeza feito por alguém que realmente gosta do gênero.
O diretor Guillermo del Toro fez uma verdadeira homenagem, mas ao mesmo tempo criou um ótimo universo para ser explorado. Os pontos mais fortes são as cenas de ação, entretanto os personagens, incluindo os coadjuvantes, foram criados de forma a conseguirmos nos importar com eles, queira para o bem, ou para o mal. Nesse ponto, vale citar a dupla de cientistas, que em meio a toda a ação frenética tenta salvar a humanidade utilizando dos seus próprios meios.
Um outro ponto bastante positivo é que são mostrados pilotos e Jaegers de diferentes nacionalidades, exaltando que salvar a humanidade é um esforço conjunto, e não algo feito por somente um país e seu exército. Isso, sem dúvida é algo muito mais crível do que o visto na franquia Transformers, de Michael Bay (que exalta largamente as forças militares americanas), e Godzila (a versão Hollywoodiana de 1998).
As atuações ficaram abaixo do que eu esperava, muitos personagens ficaram caricatos demais, me lembrando, em menor proporção, o que vemos no cinema japonês. Aliás, isso fica claramente visível na performance da representante japonesa do elenco: Rinko Kikuchi. De qualquer forma, não foi algo que me incomodou muito, principalmente porque este não é o tipo de filme que exige grandes atuações dramáticas.
A trilha sonora é muito marcante! Saí do cinema com o tema do filme na cabeça, o que me acompanhou por pelo menos uma hora após o término do longa. Mesmo tendo visto filmes com trilhas originais muito boas, já havia algum tempo desde que uma combinava tão bem com o filme em si.
Enfim, Círculo de Fogo não é nenhuma obra-prima, é um excelente entretenimento e uma boa válvula de escape para o cotidiano. Ou seja, é um filme que entrega tudo aquilo que promete! O melhor de tudo é que se trata de uma história original e isso é um sopro de ar fresco no cinema atual, em que vemos inúmeras refilmagens e até um exagero no número de adaptações de quadrinhos e livros para adolescentes.
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Enquanto assistia ao filme não parava de pensar que os produtores tiraram de algum modo a ideia dos Japoneses, assisti ao filme inteiro tendo referências a Evangelion. O filme se tratando de efeitos cinematográficos principalmente se assistido em 3D, concordasse que é de bater palmas. Mas quanto a estória, faltaram algumas explicações, acho que se um filme está disposto a falar sobre certos assuntos ele tem que se aprofundar neles, algumas explicações serviram outras nem tanto, pois enquanto saia do cinema tanto a pessoa que foi comigo quanto outros reclamaram, que no final do filme ficaram sem entender muita coisa.
O que estou querendo dizer é que no final do filme não passou de outro clichê, onde o bem vence o mal e cria-se um par romântico.
O filme tinha tudo para uma franquia de mais dois filmes e poderia ter explorado melhor alguns temas e ter criado explicações mais convicentes para nós telespectadores.
Mesmo com essas críticas confesso que gostei do filme, afinal sempre me rendo a filmes com robôs gigantes lutando.
Larissa, eu também notei as referências à Evangelion. Acho que certamente foi uma influência para o Del Toro, não a única, porém com certeza uma das mais fortes. E, ele nunca escondeu essa influência, o que acho legal.
Realmente existiram clichês, como todo anime, mangá ou filme do gênero possui e até acho que manter os clichês do gênero foi algo proposital.
Concordo que o filme poderia se aprofundar mais em alguns pontos da história, talvez a HQ tenha feito isso, mas confesso que ainda não li. E, torço para que surjam novos filmes da franquia.
Evangelion!
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