Mais uma série de livros chega aos cinemas, a bola da vez é Divergente, obra da escritora Veronica Roth. O filme retrata um mundo distópico no qual as pessoas passam a ser divididas em facções: Abnegação (altruísmo), Amizade (pacifismo), Audácia (coragem), Franqueza (sinceridade) e Erudição (inteligência).
Tal medida foi adotada porque percebeu-se que o ser humano tem a tendência, quando manifesta suas emoções livremente, aos conflitos e consequentemente à guerra. Por isso, as facções servem para manter o controle dessas emoções, dando prioritariamente foco somente à característica que dá nome a facção.
O longa tem início com o teste, pelo qual todo jovem que completa 16 anos passa, para descobrir a qual grupo será encaminhada Beatrice, cujos pais pertencem a Abnegação, facção que governa a cidade baseada no altruísmo. Contudo, algo dá errado no teste e seu resultado é tido como inconclusivo. Sem obter um resultado claro, Beatrice acaba por escolhendo a facção da Audácia, pois desde pequena sempre os admirou. Essa escolha representa uma despedida de seus familiares, uma vez que nesse mundo a “facção vem antes do sangue”.
Já na Audácia, Beatrice muda seu nome para Tris (todos têm o direito de escolher novos nomes ao entrarem neste novo grupo) e inicia seu treinamento, uma vez que os membros desta facção funcionam como a polícia e os bombeiros, ou seja, estão a serviço da população em geral para protegê-los.
Essa é a sinopse base do longa, mas posso adiantar, sem entregar nada, que em seu tempo na Audácia Tris entende que seu teste deu inconclusivo por ser uma Divergente, significando que ela não tem nenhum traço mais forte que os demais, podendo circular livremente entre as facções. Porém, por serem imprevisíveis, estas pessoas são temidas e vivem isoladas fora dos limites da cidade.
Certamente muitas pessoas irão comparar este filme a saga Jogos Vorazes, afinal ambos se passam em mundos distópicos e tem uma jovem forte como protagonista. Porém, as semelhanças se encerram aí.
Divergente perde muito tempo focando no relacionamento amoroso que vai se desenvolvendo entre Tris e Quatro, seu instrutor na Audácia. Não duvido que muitas pessoas saiam do cinema sem entender exatamente a razão desta sociedade ser divida em facções da forma como foi, pois pouco é dito sobre o passado.
Um outro aspecto em que o filme peca é onde decide passar a maior parte de seu tempo, que justamente no treinamento de Tris. Tudo bem que essa é uma parte importante no desenvolvimento da personagem, entretanto a trama pouco anda neste ponto. E, de repente, somos pegos em algo muito maior acontecendo, mas, infelizmente, essa parte, que poderia facilmente ser a mais interessante do longa, é muito corrida.
Apesar dos erros, Divergente também tem seus méritos e está muito acima de outras adaptações de livros que vimos nos últimos anos, como a saga Crepúsculo, Dezesseis Luas e Instrumentos Mortais. O grande ponto positivo está no elenco feminino que rouba a cena, Kate Winslet, Ashley Judd e a protagonista Shailene Woodley roubam a cena e levam bem o filme.
Outro ponto que merece destaque é a própria história em si, mesmo achando que poderia ter sido melhor desenvolvida, o mundo criado é único e vasto o suficiente para interessar e aguçar a curiosidade do público em saber mais. Exatamente por essa razão é que irei conferir a sequência, mas ainda faltou um pouco mais para me fazer saltar para as páginas dos livros, como aconteceu com Jogos Vorazes.
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Nota: (6,5/10)