Resenha – Dredd

Não sou um ávido fã dos quadrinhos do Juiz Dredd, mas já li algumas coisas e achei bem interessante. Por isso, quando me recordo do filme estrelado por Sylvester Stallone, parece mais se tratar de uma releitura do personagem do que um longa baseado no mesmo, pois sua essência foi completamente perdida.

O novo filme, dirigido por Pete Travis e estrelado por Karl Urban, é o completo oposto do filme de 1995. Para começar, não houve preocupação em atingir uma faixa etária inferior ao público das HQs, com isso o diretor teve liberdade para se aproximar dos quadrinhos e expor a violenta realidade do mundo de Dredd.

Antes de mais nada, vale ressaltar que esta não é uma história de origem, sendo até um alívio vermos um personagem introduzido já em ação. No longa, Dredd é designado para avaliar uma novata em treinamento, Anderson, que já havia sido reprovada no teste anteriormente, mas recebe nova chance por ser uma mutante com habilidades muito especiais. Logo que se juntam, recebem um chamado de Peach Trees (um megacomplexo, sendo praticamente um bairro vertical).

O caso parecia ser simples, mas desdobramentos com uma violenta rede de traficantes, liderada pela perigosa Ma-Ma (Lena Headey), colocam Dredd e sua trainee em uma situação extremamente difícil, tendo suas cabeças colocadas a prêmio e trancados no gigantesco complexo com um exército de traficantes que querem matá-los a todo custo.

O elenco está afiado, com Urban sendo capaz de dar vida ao famoso Juiz, preservando todas as suas principais características. Headey também faz bonito, sendo uma vilã a altura do protagonista. O restante do elenco cumpre bem seu papel sem deixar a bola cair.

A trilha sonora se encaixa com o universo em que somos inseridos, complementando muito bem o longa e ditando o tom para o que acompanhamos.

O filme foi um sucesso de crítica, porém um fracasso de público. O estúdio (Lionsgate) foi incapaz de dissociar o novo longa daquele de Stallone, além de ter feito uma péssima divulgação, apostando muito mais no boca a boca do que em causar um forte primeiro impacto e depois se aproveitar das opiniões favoráveis.

De qualquer forma, apesar de poder ser um pouco violento para alguns, certamente os fãs do personagem irão gostar, assim como a maioria daqueles que curtem HQs e filmes de ação. Uma pena que essa ótima adaptação dificilmente receberá uma continuação, contudo é um filme que vale por si só.

Nota: (8,5/10)