A terceira temporada de Game of Thrones chegou ao fim, tivemos uma jornada e tanto, uma verdadeira montanha-russa de emoções. Enquanto a Guerra entre os, agora 4 (Joffrey Baratheon, Robb Stark, Stannis Baratheon e Balon Greyjoy), Reis de Westeros continua, pudemos também vislumbrar a ascensão de Daenerys Targaryen na Baía dos Escravos, um novo lado de Jamie Lannister e as jornadas de Jon Snow, Arya, Bran e Rickon. Muita coisa aconteceu, por isso fica difícil compilar tudo em somente uma resenha, mas farei o melhor para tentar abranger tudo o que foi mais importante e teve maior destaque.
A esta altura, todos os fãs devem estar cientes de que Game of Thrones adapta os livros da série ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’, de George R. R. Martin. Bom, esta temporada adaptou a primeira metade do terceiro livro, considerado por muitos como o melhor de todos até o momento. Porém, para avançar a trama de outros personagens, partes do quarto e quinto livros (respectivamente ‘O Festim de Corvos’ e ‘Dança dos Dragões’) também foram adaptadas.
Da temporada passada para esta houve uma evolução e tanto no modo como a história foi contada, pois quase todos os personagens e histórias tiveram seu momento e fluiram bem. Na segunda temporada, em alguns momentos pareceu que as coisas avançaram demais sem maiores explicações. Talvez, a maior duração de alguns episódios tenha relação com isso, ou na terceira temporada, os autores se acostumaram com as tramas separadas, algo que não foi a tona da primeira temporada.
Ao norte da muralha, vimos, da forma mas crua possível, que a Patrulha da Noite sofreu bastante com seus membros compostos por criminosos dos mais diversos tipos, e que, por isso, a ordem estava longe da glória de outrora. No momento em que eles se mostraram mais necessários, se voltaram contra o Lorde Comandante Mormont, agindo contra seu juramento.
Sem dúvida, este foi um dos arcos mais interessantes e realistas, pois sobre estes homens (em sua maior parte nada honrados) pesava a sobrevivência, ou o respeito pelas tradições da hospitalidade e ao seu comandante. No fim, acabaram se dividindo e lutando uns contra os outros, momento em que Sam aproveitou para fugir com Goiva e seu filho.
Aliás, Sam evoluiu bastante ao longo da série, do homem covarde, que sempre duvida de si mesmo, até o momento em que vislumbramos um dos maiores atos de bravura na série. Quando um dos Caminhantes Brancos tenta pegar o filho de Goiva, Sam parte para cima dele, mesmo sabendo que praticamente não teria chance e poderia ser morto, e consegue o improvável, ele o mata. Com isso, vemos não só que ele é capaz de muito mais do que imagina, mas também descobre-se que a fraqueza dos Caminhantes Brancos está na Obsidiana.
Jon Snow seguiu interpretando seu papel de enganar os Selvagens, fazendo-se passar por um deles, mas no meio do caminho apaixonou-se por Ygritte e se viu num dilema que basicamente o acompanhou até o último capítulo, quando ele conta para Ygritte que a ama, mas que precisa voltar para casa. Neste instante, ele escolhe a honra ao invés do amor.
A saga da última descendente dos Targaryen continuou na Baía dos Escravos, e apesar de ter tido menos tempo de tela em relação a temporada anterior, Daenerys teve alguns dos momentos mais emblemáticos, como a tomada do exército de Imaculados e a conquista de Yunkai. Em ambos os casos ela liberou milhares de escravos, conquistando muito aliados, mas também novos e poderoso inimigos.
No confronto entre os Reis de Westeros, Robb Stark foi quem teve maior destaque. Teve que punir com a morte um de seus maiores aliados por executar prisioneiros, situação que chegou a este ponto devido a insubordinação de sua mãe (que havia libertado Jamie Lannister no fim da segunda temporada) , a quem ele também puniu, mas de forma muito mais branda.
A saga de Robb ficou então dividida em 3 pontos, o relacionamento com sua mãe, seu casamento com Talisa, um dos poucos casais formado, desde o princípio, por amor, e também nos meios que buscaria para vencer a Guerra.
Ao contrário dos demais pretendentes ao trono, Robb nunca se declarou Rei, ele foi reconhecido como um por seu povo, além disso, sua briga não era pelo trono no sul, mas sim para retirar do trono quem ele considerava um falso rei e o responsável pela morte de seu pai. Talvez essa seja a razão de ser tão fácil simpatizar com o personagem, ele sempre tomou um rumo diferente dos demais, sendo inclusive mais idealizado do que seu próprio pai.
Quando parecia que iria contornar a situação de perder um grande aliado através do casamento do seu tio com uma das filhas de Walder Frey, vimos que Catelyn e Robb finalmente se entendem, além disso descobrimos que Talisa está esperando um filho. As coisas parecem estar finalmente entrando nos trilhos para o Rei do Norte, mas então somos supreendidos pelos acontecimentos do nono episódio (As Chuvas de Castamere).
Aliás, o nono episódio de Game of Thrones foi um dos acontecimentos mais épicos e inesperados da história da televisão. Os fãs que não leram os livros ficaram chocados e até mesmo os que leram foram pegos de surpresa pelo modo como a morte de Robb, Talisa e Catelyn foi retrada, no que ficou conhecico como Casamento Vermelho.
Em Porto Real, pudemos ter uma noção da real influência que Tywin Lannister tem sobre seus filhos e inclusive sobre Joffrey. Tanto Cersei como Tyrion tem personalidades fortes e sua própria agenda, porém tudo sempre acaba ficando em segundo plano quando se trata de seguir aquilo que é comandado pelo patriarca da família.
Inclusive, o próprio Casamento Vermelho foi arquitetado por Tywin, que passa boa parte da temporada escrevendo cartas, como que que arquitetando um plano. E, eis que o plano é revelado mais tarde, sendo uma artimanha para vencer Robb Stark sem precisar combatê-lo diretamente. Isso revela o caráter do personagem, que, ao contrário dos Stark, não mede esforços e nem demonstra escrúpulos na hora de realizar seus objetivos.
Tyrion Lannister, um dos favoritos dos fãs, foi bastante relegado nesta temporada… Parece que um pouco de sua personalidade se perdeu, talvez pela proximidade de seu pai, ou simplesmente pela desilusão por não ter sido reconhecido por seus esforços. Contudo, o personagem revelou uma outra faceta, diferenciando-o da maioria dos Lannisters, pois ao casar com Sansa não impõem que esta durma com ele, mantendo-se fiel a Shae e respeitando a vontade da esposa.
Falando em Sansa Stark, o que podemos dizer sobre ela? Com certeza foi uma das personagens que mais sofreu e se desiludiu nesta temporada, afinal ficou no centro de um conflito de interesses (já que ela representa uma das chaves para o Norte) entre os Tyrell, que queriam casá-la com Loras, e os Lannisters que vislumbraram casá-la com Tyrion. No fim, Olenna Tyrell e Tywin Lannister travaram uma interessante batalha nos bastidores, mas que acabou sendo vencida por Tywin.
O outro Lannister que não estava em Porto Real, Jamie, teve muito destaque. Depois de termos conhecido a faceta do Cavaleiro que empurra garotos de torres e mata primos para conseguir escapar, vimos um lado seu que não imaginávamos existir. Ele impediu que Brienne fosse estuprada e mesmo passando por maus bocados (perdeu sua mão da espada), foi ajudá-la novamente quando esta se viu presa numa arena frente a frente com um urso.
Mas, será que Jamie mudou por causa de Brienne ou ele já tinha esse lado? Bom, ao vermos como ele fala de Aerys (o Rei Louco) fica claro que o irmão mais velho de Tyrion sentia repulsa por seus atos e por mais de uma vez questionou seu juramento. Porém, nesta temporada, ao invés de ouvirmos falar sobre o que ele sentia, vemos realmente esta nova faceta do personagem, revelando-nos que em Game of Thrones não há simplesmente bons ou maus.
Se Sansa sofreu, Arya com certeza passou por coisas bem piores. Após tanto esforço para escapar de Harrenhal, acabou sendo capturada pela Irmandade sem Estandartes, grupo que defende os oprimidos, não se ligando a nenhum dos supostos Reis de Westeros. A Irmandade é liderada por Beric Dondarrion, antigo vassalo de Eddard Stark, e este opta por levar Arya de volta à sua família para lá cobrar uma recompensa.
Outro que também é pego pela Irmandade é o Cão de Caça, que passa por um julgamento por combate. No fim, ele enfrenta e vence o próprio Beric, mas quando pensávamos que este estava morto, vemos que o Sacerdote do Fogo, Thoros de Myr, que o acompanha, consegue trazê-lo de volta a vida. Com a vitória, o Cão é libertado, entretanto acaba tomando Arya da Irmandade e resolve ele mesmo levá-la para à família e ficar com a recompensa.
A pequena Stark esteve perto de um desfecho feliz, mas tudo não passou de uma grande ilusão. Ao chegarem no casamento, eles presenciam o massacre contra o exército dos Stark e a frustração toma conta da garota.
Na segunda temporada, vimos pouco de Stannis Baratheon e Davos Seaworth, mas com os personagens devidamente introduzidos na história ficou mais fácil encaixá-los no contexto e nos relacionarmos a eles. Com isso, ambos, e consequentemente Melisandre, ganharam muito mais destaque.
O arco deles girou basicamente em torno de quem conseguia influenciar mais o Rei Stannis, Melisandre ou Davos. Mesmo colocando sua vida em risco, o ex-contrabandista nunca deixou de ser verdadeiro, ou duvidou do caráter de Stannis, por isso era sempre procurado pelo mesmo, como se fosse a última voz de sua consciência, que, por mais que acreditasse em Melisandre, tinha dúvidas sobre o caminho que estava traçando.
No fim, a Sacerdotisa consegue encontrar Gendry (que possui sangue real) e diz ser necessário seu sacrifício para o Deus da Luz, sendo esta a maneira para Stannis chegar ao trono. Davos discorda totalmente disso e liberta o bastardo de Robert, dando-o uma chance de sobreviver e sair do alcance de Melisandre.
Embora o ato de Davos tenha-o colocado frente a frente com Melisandre e mal visto por Stannis, e própria devota de Rhollor diz que o Cavaleiro das Cebolas seria necessário para o próximo desafio que esperava por eles: ir rumo ao Norte para ajudar a Patrulha da Noite a lidar com a invasão dos Selvagens e marcha dos Caminhantes Brancos.
Na segunda temporada, uma das reclamações dos que leram os livros foi a ausência de Jojen e Meera Reed, filhos de Howland Reed (amigo de Eddard e um dos únicos sobreviventes da batalha na Torre da Alegria). Nesta temporada isto foi corrigido e os irmãos apareceram para ajudar Bran na sua jornada para além da Muralha.
Assim como Bran, Jojen possui os chamados sonhos verdes (premonitórios) e está sempre ajudando o jovem herdeiro Stark a desenvolver seus dons, inclusive sua ligação com seu lobo gigante, Verão.
Ao final da temporada, num dos momentos mais tocantes, o grupo, composto pelos irmãos Reed, Osha, Hodor, Bran e Rickon se divide. Com medo do que pode estar lhe esperando, Bran pede para que Osha vá para outro lugar com Rickon, pois assim, mesmo que algo aconteça, o futuro dos Stark estará garantido com Rickon.
Por último, mas não menos importante, temos as passagens de Theon Greyjoy. Definitivamente, nenhum personagem sofreu tanto quanto herdeiro das Ilhas de Ferro. Capturado, torturado física e psicologicamente, vemos como Theon passa de príncipe para Fedor. Em uma passagem particularmente emocionante, quando imaginava ter tido ajuda para fugir, Theon confessa que considera Ned como seu verdadeiro pai, ao invés de Balon Greyjoy. Neste momento fica evidente toda seu arrependimento ao ter tomado o partido de seu pai biológico e não o de Robb, a quem considerava um verdadeiro irmão.
No último episódio da série, ficamos sabendo a identidade do terrível torturador, tratando-se de Ramsay Snow, bastardo de Lorde Bolton, o algoz de Robb Stark.
Mas, afinal de contas, como foi a temporada?
Bom, como grande fã, achei esta a melhor de todas as temporadas. Enquanto a primeiro nos inseriu neste universo e apresentou de forma sensacional a história e todos os personagens, a segunda tratou de deixar evidente a grandiosidade do que estávamos vendo e separou os personagens, cada um seguindo seu próprio caminho.
Esta terceira temporada continuou seguindo o rumo que os personagens iniciaram na temporada anterior, mas por vezes as histórias se cruzaram, seja direta ou indiretamente. Isso serviu como um algo a mais e nos permitiu novamente ficar mais tempo ao lado de personagens que aprendemos a gostar tanto.
O elemento surpresa e o crescimento emocional dos personagens nos proporcionaram cenas e passagens épicas, não só para os padrões de Game of Thrones, mas para a história da televisão como um todo.
Enfim, tivemos uma jornada e tanto. Apesar de alguns episódios um pouco mais monótonos, a temporada como um todo foi excelente e deixou bastantes fãs ansiosos pelo vem a seguir.
[…] terceira temporada de Game of Thrones foi surpreendente e deu o que falar. Mas como sempre acontece ao fim de cada […]
[…] E, não deixe de ler também nossa Resenha da Terceira Temporada. […]
a obsidiana? alguem se lembra como o Sam a conseguiu? Foi na terceira temporada ainda?