Dirigido por Tate Taylor, e estrelado por Emily Blunt e Haley Bennett, “A Garota no Trem” é um filme baseado no livro homônimo de Paula Hawkins que conta a história de três mulheres, interligadas pelo destino.
Não se engane. O filme, pelo nome, pode dar a entender que é uma trama adolescente, e é bem distante disso. Dito isso, podemos citar a fotografia em conjunto com atuações pontuais, pois ela acompanha as diferentes visões de suas personagens, com tons acizentados e câmeras confusas para Rachel, a ex-mulher alcoólatra e protagonista da história, tons mais coloridos e alegres para Megan, a mulher que, na visão da personagem principal tem a vida perfeita que ela teria, caso sua vida não estivesse um caos, e a própria história, que é carregada no drama, mas tem reviravoltas surpreendentes.
É interessante ressaltar, também, que o filme mantém uma linha de raciocínio bem regular, e que o roteiro foi bem construído, assim como as personagens e seus traumas e angústias. Eles não se importam nem um pouco de mostrar uma Rachel real, com uma talentosíssima Emily Blunt entrando de fato na personagem, com a cara borrada e parecendo estar em uma eterna ressaca. Haley Bennett não fica atrás, fazendo uma personagem igualmente intensa, porém sob um viés totalmente diferente.
Além disso, traz bons questionamentos como a maneira de lidar com traumas de cada um, que nem sempre o que achamos que é perfeito realmente é, e que pode estar muito longe disso inclusive, e sobre como é importante saber lidar com relacionamentos abusivos. É o típico filme que te deixa intrigado e ao mesmo tempo focado pelo menos por grande parte dele.
Se torna um pouco previsível a medida que as coisas vão acontecendo, mas não interfere pelo conjunto da obra, que inclui a trama, as atuações e o que o filme pretende passar sobre relaconamentos abusivos, submissão e vícios.
Quem gosta de um certo suspense carregado de dramas, não vai se arrepender.