“Billy, concentre-se! Eu preciso que você diga meu nome e invoque seus poderes”
Diferente de seu universo cinematográfico onde uma nova polêmica surge a cada dia, “Justice League Action”, estréia de novembro do canal Cartoon Network, mantem o legado da editora com suas excelentes animações, com um visual mais estilizado e infantil. O desenho entrega uma excelente adaptação utilizando como base as histórias dos anos 70\80 mais especificamente da revista “The Brave and the Bold”.
Criada por Sam Register conhecido pelas principais animações da editora como “Superman Versus A Elite” e “Liga da Justiça: Deuses e Monstros”, o que muitos não sabem é que era para ser uma continuação da série “Batman: The Brave and the Bold”, mas acabou adicionando a Mulher-Maravilha e o Superman ao elenco principal junto ao Batman, se aliando a novos heróis com o passar dos episódios para solucionar os mais diversos problemas. Mantendo em seus primeiros 21 episódios uma qualidade surpreendente, com roteiros divididos entre Jake Castorena e Shaunt Nigoghossian.
Apesar de ser destinado ao público infantil do Cartoon Network, grande parte do humor da animação é focada em referências aos quadrinhos, deixando os fãs veteranos com um sorriso no canto do rosto.
Com histórias aproximadamente de 11 minutos, focando em arcos curtos de histórias leves, se mantem no mesmo nível da clássica e aclamada “Liga Da Justiça Sem Limites”, que para muitos foi a porta de entrada ao universo dos super-heróis da DC Comics.
O arco inicial “Shazam Slam”, dividido em 4 partes foca em um dos heróis mais poderosos da editora, porém por ironia do destino é extremamente desconhecido do grande público, Billy Batson ou como foi conhecido até 2011, Capitão Marvel, atualmente Rebatizado de Shazam durante o reboot da editora “Os Novos 52”. A trama consiste no Mago após ser exilado da Pedra da Eternidade e ter seus poderes roubados pelo seu arqui-inimigo, precisando achar seu caminho de volta ao lado de Batman para salvar Billy das mãos de Adão Negro.
Seguindo com mais três episódios mostrando as consequências do ato do vilão, apresentando ao novo público personagens obscuros e de certa forma destinados ao público adulto como John Constantine, Monstro do Pântano, Homem-Borracha e Gladiador Dourado, representados fielmente nessa adaptação mesmo com a tonalidade mais infantilizada do desenho. Mantendo a dublagem clássica dos personagens mais conhecidos, tanto na versão americana quanto na versão em português, Kevin Conroy retorna completando quase duas décadas interpretando o “Cavaleiros Das Trevas” ao lado de Mark Hamill de volta ao clássico “Palhaço Do Crime” e interpretando pela primeira vez o Monstro do Pântano.
A linguagem simples do desenho com histórias divertidas prestando homenagens a era de ouro da editora, consegue agradar qualquer um que assista à animação com a mente aberta, mesmo que o traço o deixe com o pé atrás. Uma Liga em um universo mais alegre e familiar, diferente das mais recentes adaptações da DC. Sendo atrativa para o público mais velho, que cresceu almoçando no sofá assistindo “Liga Da Justiça”, com temas mais sérios e maduros, tanto para quem delirava com a animação cheia de cores vibrantes e efeitos dinâmicos de “Teen Titans”, quanto para quem conheceu esse maravilhoso universo através das interpretações de Ben Affleck, Henry Cavill e Gal Gadot em Batman vs Superman: A Origem da Justiça.