“Por causa de suas ações, esse antigo poder retornou. Você está vivo porque você foi amaldiçoado”
Certamente você já deve ter lido uma porção de comentários da mais recente aparição da Múmia nos cinemas, o primeiro filme de Universal Pictures para iniciar o seu tão comentado “Dark Universe”, em que o estúdio saudosista pretende reinserir no imaginário das pessoas os seus mais famosos Monstros do terror. Se era o intuito, o set deveria ter mais convicção nesse primeiro passo rumo ao universo expandido. Sobretudo tem uma ausência á mitologia da “Múmia” no próprio filme, devido à apreensão e o privilegio da produtora em determinar um universo estendido para as suas seguintes produções no cinema
A baixa expectativa em “A Múmia” é inesperadamente divertida e inteiramente dedicada na ambientação de tirar o fôlego das salas IMAX, mas é perceptível a ausência de crença nesse universo compartilhado pelo teor comercial desse primeiro capítulo, se mantendo no gênero de comedia e ação, termina sendo espontaneamente esquecido com o passar do ano, especialmente pela escolha dos atores principais, que ajuda a modificar ainda mais a franquia de terror, com uma interpretação cheia de clichê infantis e um romance imensamente forçado entre os mocinhos
Dirigido por Alex Kurtzman, o filme alcança seu papel de entreter o público, com o ritmo veloz durante a trama toda, mesmo que a história seja apenas um amontoado de pretextos para adaptação sair do papel. Errando na hora de inserir o papel do Mostro no subconsciente do público que está entrando em contato pela primeira vez com esse mundo de “Deuses e Monstros”, como citado algumas vezes no passar da adaptação, após os créditos isso soava como um mantra que o elenco do filme repetia ´para si mesmo para se convencerem de que realmente se tratava de um filme sobre os Monstros Clássicos e não mais uma produção genérica de ação cheia de explosões de computação gráfica.
O fator negativo essencial do filme foi a escolha do ator Tom Cruise para dar vida ao protagonista Nick Morton, mais uma vez interpretando um personagem invencível, corajoso e pronto para qualquer tipo de dificuldade que possa aparecer, com uma piada sempre na ponta da língua, assim como em todos os seus últimos papeis dos últimos 10 anos. Assim isso só demonstra o quanto a imagem do ator está de batida em filmes de ação genéricos maquiados de Blockbusters.
Cabe a Russell Crowe carregar o filme nas costas com uma envolvente atuação de Dr. Henry Jekyll, mas é inserido na história apenas para deixar evidente ao público que o filme realmente faz parte de um universo compartilhado, já que em determinado instante da história ele desaparece e só aparece novamente para o desfecho somente para reafirmar que existem outros monstros. Um filme abarrotado de cenas de ação que não levam a nenhum lugar e mesmo que deixe impactos essas são mínimas e ignoradas
Os personagens são imensamente descartáveis e isso se espelha na vilã Amunet interpretada pela atriz Sofia Boutella, com poucos motivos e sem nenhuma convicção ela é maldosa e ponto final. Em alguns momentos o filme alcança o terror e produz algo curioso e distinto dos outros Blockbusters de Hollywood com cenas impressionantes com cenas bem impactantes com referências ao pai dos Mortos Vivos, George Romero, mas esses momentos são enterrados sob as sequências de ação tediosas e comedia sem sentido.
Existe uma capacidade enorme no filme, mas é mal explorado e fica apenas na promessa da equipe de Marketing. Um prenúncio levado em consideração, além de ser um filme de origem reapresentando personagens já conhecidos pelo mundo inteiro, não apresenta qualquer tipo de motivo ao público para voltar ao cinema e acompanhar as sequencias já planejadas pelo estúdio.