O que aconteceria se um patógeno alienígena caísse na Terra? Como nós, meros seres humanos, seríamos capazes de destruir o elemento sem que nós fôssemos extintos também? E como lidar com algo tão desconhecido para nós? Essas são algumas das perguntas que Michael Crichton se dispõe a fazer ao leitor.

Michael Crichton é conhecidíssimo por sua obra mais famosa Jurassic Park – além da adaptação mais famosa do que o livro -, Michael sempre foi conhecido por seus livros abordarem temas científicos e médicos, colocando-o como um autor diferenciado no meio literário. Embora tenha sido prolífico durante toda sua vida, Michael lançou mais livros durante as décadas de 60 e 70, dentre eles O Enigma de Andrômeda, lançado em 1969.

Diferente do que temos em filmes e livros que tentam contar sobre epidemias misteriosas, O Enigma de Andrômeda tenta focar ao máximo na questão dos cientistas e como o mundo está contando com eles para descobrir a cura. Com uma trama simples, ficou fácil para o autor tentar criar um enredo que tenta ser misterioso e ao mesmo tempo complexo o bastante para nos deixar curiosos sobre o que vem a seguir.

Porém, o maior problema em O Enigma de Andrômeda jaz na sua data de lançamento. Por se tratar de um livro tão antigo, tudo parece completamente datado. É bizarro ver como algumas décadas transformaram um livro que era bom em algo que hoje é considerado um enorme agregado de clichês. Ler o livro hoje só nos mostra como evoluímos não só tecnologicamente como também na questão humana.

Durante todo o livro observamos descrições intermináveis de laboratórios subterrâneos cheios de portas fechadas à vácuo, salas seladas e infindáveis processos de degermação que são surreais hoje, eliminando completamente o vínculo do leitor com a realidade. Os laboratórios descritos parecem surgir de filmes B horrorosos como a saga Resident Evil onde somos jogados em elevadores com andares subterrâneos infinitos além de um sistema de auto destruição.

Tirando os problemas com o tempo e a tecnologia da época, a escrita de Michael Crichton é seca, dura e estéril, talvez de forma proposital, talvez não, algo que não me agradou. Por vezes somos guiados para documentos ultrassecretos do governo e tudo soa forçado demais. Página e páginas são gastas com protocolos e respostas vindas de fax gastando tantas folhas que aquilo tudo parece um modo de encher linguiça.

Além disso, toda a premissa parece uma grande tentativa de enganar os leitores. Em nenhum momento temos aspectos relevantes para a história que parece seguir os cientistas sem que eles tenham feito qualquer tipo de descoberta nova que possa ajudar a agilizar o enredo. De maneira geral, se você está esperando um livro sobre epidemias, este não é um. Aqui encontramos um simulador de processos de antissepsia em seres humanos.

É uma pena que eu não tenha gostado do livro. Entrei nele cheio de expectativas de que seria um livro sobre epidemias e doenças que dizimam milhares e tentativas de cura, mas o que encontrei foi um livro extremamente datado e arrastado que não tem foco ou rumo, seguindo uma ideia quase à lá Missão Impossível onde tudo parece poder explodir a qualquer momento.

Prós

– Tema

– Edição Física

Contras

– Escrita

– Enredo

– Personagens

Editora Aleph                      304 páginas                            2018

 

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