Conteúdo contem spoilers
O mês do Orgulho LGBT apresentou para o público filmes muitos bons e que podem nos fazer pensar a respeito de como agimos em sociedade, e com o lançamento do curta-metragem “O Florista” não foi diferente.
Na trama apresentada ao público, começamos com um homem fazendo recortes de manchetes e colando junto a muitas outras, enquanto de fundo acompanhamos o jornal, onde chamam um “serial killer” de O Florista, já que as vitimas eram encontradas com flores a sua volta e espinhos nos olhos. Podemos ver claramente as referências de Hitchcock logo na abertura do longa e cenas de anime, com closes no rosto dos personagens. Mas mesmo com referências que os amantes da cultura pop gostam, ele pode ainda não impressionar tanto.
A trama é muito bem construída e explicada de forma muito simples sobre o que vivemos atualmente, da violência gratuita desnecessária e a homofobia. Uma coisa muito interessante sobre o personagem é que ele é visto como um vilão pela mídia, mas é quem está vendo a realidade e tomando uma atitude, mesmo que tenha que sujar suas mãos para isso.
Mas nem tudo são rosas neste jardim, já que como ele tem coisas boas, apresenta coisas ruins. Algo que me incomodou muito foi a constante movimentação da câmera – em momentos que ela deveria manter uma estabilidade -, e o som que parece não estar bem sincronizado com a cena – como na cena onde o florista salva o transsexual de ser espancado até a morte. E mesmo com as cenas próximas do rosto dos personagens, dando a referencia de alguns animes, elas acabam não sendo tão bem enquadradas em cena, o que deixa quem esta assistindo um pouco confuso.
No final das contas O Florista, mesmo com uma visão social incrível e que pode nos fazer refletir, mas que também acaba nos decepcionando um pouco em muitos momentos. Mas se tem algo que o diretor Filipi Silveira deve fazer é continuar tentando, que seu futuro ainda é muito promissor.