Ao fim do primeiro filme Bilbo diz que as coisas seriam melhores dali pra frente, ele não podia estar mais errado…
O Hobbit: A Desolação de Smaug pega o gancho deixado por seu antecessor e retoma a jornada de Bilbo ao lado de Thorin e seu grupo de anões rumo à Montanha Solitária. O primeiro filme, apesar de ser recheado de ação, tem seus momentos mais cômicos e também introspectivos. Nesta sequência, estes momentos são mais raros, não dando muito tempo para o espectador recuperar o fôlego entre todos os momentos de ação. Isso tem seu lado bom, como manter o público mais ligado e interessado na história, mas também tem os contras, eu, por exemplo, senti falta de momentos onde os personagens interagiam mais entre si por livre e espontânea vontade e não somente pela exigência da situação.
Quem leu o livro com certeza irá se deparar com algumas mudanças, o metamorfo Beorn teve sua participação bem reduzida, assim como toda a sequência na Floresta Negra e os elfos são bem diferentes do que o retratado. Entretanto, não posso dizer que as mudanças foram de todo o mal, afinal criou-se uma ligação bem mais visível com O Senhor dos Anéis. Além disso, a personagem Tauriel (interpretada por Evangeline Lilly) acabou tornando-se bem mais interessante do que eu imaginava, servindo para justificar a presença de Legolas no filme – ele não está no livro – assim como criou um novo arco envolvendo o anão Kili.
Os grandes momentos do filme se dão envolvendo o personagem central, Bilbo Bolseiro. A cena em que ele conhece o dragão Smaug e os dois conversam é simplesmente fantástica, ver o quanto o pequeno Hobbit ganhou em termos de confiança a ponto de tentar confundir o lendário Smaug foi algo impagável. O outro momento é a cena entre ele e Thorin, quando o Rei dos Anões já começa a ficar tentado pelo tesouro, mas não irei mencionar sobre isso para não estragar a surpresa.
A trilha sonora continua estupenda, mesmo sem a cantoria dos anões e faltando também a música que Bilbo canta para irritar as Aranhas na Floresta Negra. De qualquer modo, Howard Shore mantém o trabalho brilhante que tem feito desde a trilogia O Senhor dos Anéis.
O fim do filme não podia de deixar mais ansioso pelo terceiro. Entre todos os filmes envolvendo o Universo de Tolkien, certamente esse teve o melhor final, mesmo que seja inconclusivo. Digo isso porque este encerramento faz com que você queira mais e esta é a intenção de Peter Jackson, nos deixar na expectativa da derradeira conclusão.
Por fim, a segunda parte da trilogia O Hobbit está no mesmo nível da primeira, apesar de possuir um ritmo diferente. Julgar qual é o melhor vai depender muito mais do tipo de desenvolvimento que mais lhe agrada, particularmente a apresentação e desenvolvimento dos personagens no primeiro longa me agradou um pouco mais, o que não desmerece em nada A Desolação de Smaug.
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Nota: (9/10)