O terror é um dos gêneros mais assistido no Brasil, transformando Invocação do Mal e Atividade Paranormal em uma grande bilheteria. Mas quando pensamos em um terror nacional muitos torcem o nariz, não acreditando que pode dar certo. O Rastro é o filme capaz de quebrar esse tabu.

Na trama acompanhamos João (Rafael Cardoso), um ex-médico que é escalado para fazer a supervisão de um hospital do Rio de Janeiro que está para ser fechado. Ele então conhece Julia (Natalia Maciel Guedes), uma das pacientes que após pedir a ajuda do doutor desaparece misteriosamente, sem deixar rastros. Começando sua própria investigação, João começa a ter dúvidas sobre sua sanidade.

O longa nos traz um plot muito interessante, mas que se perde na hora de desenvolver. Personagens que são chave para historia – como a de Leandra Leal, que faz a esposa grávida de João – fica jogada no limbo, mesmo com ótima atuação. Sendo apenas a personagem que compõe o núcleo familiar, que os brasileiros tanto adoram, mas que não tem a devida atenção merecida.

A história também se perde no personagem de Júlia, dando uma explicação meio que tosca sobre a assombração. E mesmo depois de tudo ainda é colocada uma subtrama, não resolvendo nada da primeira e largando a segunda no meio do caminho, não explorando direito ambas as narrativas.

O diretor J.C. Feyer é quem da a ótima direção artística do filme, trazendo como inspiração O Babadook e O Iluminado. É incrível como o design e o cuidado de detalhes estão presentes no longa.

O Rastro peca em muitos pontos – desenvolvimento de personagem e enredo – mas consegue abrir portas para os diretores que querem criar terror na terra BR. Talvez agora graças a Feyer as pessoas arrisquem mais, que mesmo não criando um longa perfeito, acaba sendo um grande passo para o terror nacional.

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