“Estão procurando uma pérola, uma garota e um… Sparrow. ”
Seis anos desde a última vez que entramos em alto mar com Capitão Jack Sparrow em On Stranger Tides, Johnny Depp retorna ao seu papel de assinatura. Com o navio, o Perola Negra agora encolhido dentro de uma pequena garrafa, ele ainda está mais desorientado do que o habitual, encarregado de uma embarcação deprimente, chamada de Gota moribunda. Este não é um presságio ruim, já que a vingança de Salazar é uma viagem extremamente agradável.
Piratas do Caribe: Dead Men Tell No Tales certamente é melhor do que On Stranger Tides, mesmo que não traga nada de novo para a franquia ou faça muito para justificar sua existência. É um filme de piratas com uma trama mais fechada e objetiva do que as últimas produções da série, e tem mais coração do que seu antecessor. É engraçado ver o ar depressivo dos personagens já conhecidos na trama, por não terem mais objetivos para serem conquistados ou simplesmente terem chegado ao topo do mundo como no caso do personagem de Geoffrey Rush.
O Capitão Jack Sparrow de Johnny Depp e o novo casal protagonista, o marinheiro Henry e a astrônomo Carina, se revezam organicamente durante o decorrer da história cada um com suas próprias motivações, menos Sparrow que mais uma vez se vê obrigado a seguir ordens de outros para salvar o próprio pescoço. Os três, bem como o vilão Salazar, procuram o Tridente de Poseidon por suas próprias razões, mas isso só divide o foco em qual personagem devemos prestar mais atenção. Além disso, o capitão Hector Barbossa, de Geoffrey Rush, também está de volta à mistura e desempenha um papel fundamental na trama onde suas escolhas afetam diretamente o enredo tanto quanto o trio principal.
Então, novamente, quem é o capitão do quinto capitulo da série?
Os motivos de Henry e Carina estão de acordo com as características já vistas nos filmes anteriores, vingança e redenção, e amor e maldições. Brenton Thwaites e Kaya Scodelario tentam desenvolver uma química entre os respectivos personagens com Jack, o romance de Henry e Carina, de forma bastante nostálgica e natural lembram bastante o do primeiro casal protagonista, apesar de funcionar como um complemento obrigatório para uma história que funcionaria da mesma forma sem isso.
Enquanto eles são uma dupla interessante para interagir com Jack, diferente da dupla anterior, o missionário e a sereia que não foram nada convincentes em Stranger Tides, os seus respectivos arcos emprestam ao filme alguns momentos genuínos bem emotivos, mesmo nunca chegando nos níveis de dinâmica que Jack desfrutou com a Elizabeth Swann e Will Turner da trilogia original. Bloom e Knightley eram simplesmente mais charmosos juntos e seus personagens mais envolventes do que qualquer um dos que viriam a seguir.
O caçador de piratas Salazar de Javier Bardem, apesar de visualmente impressionante não consegue deixar a sua marca como um vilão memorável, se tornando cômico nas suas respectivas aparições cujo único objetivo é realizar sua vingança contra Sparrow, sua colaboração para a trama é nos apresentar o passado do capitão mais fanfarrão dos sete mares, um excelente Fan service para os amantes do personagem mais famoso de Johnny Depp.
Momentos que valem a pena serem destacados devido a qualidade visual apresentada de forma magnifica pela Disney são: o assalto ao banco na abertura com cavalos removendo um edifício inteiro pela cidade, a cena de execução completa com guilhotina balançando e Salazar desencadeando alguns tubarões fantasmagóricos fazendo bom uso do 3D. Sem esquecer de mencionar um certo músico que rivaliza com Keith Richards no filme anterior dos Piratas e certamente com a entrada mais divertida desde o primeiro filme da série.
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar não inova e traz mais do mesmo fanfarrão Jack Sparrow, mas afinal qual o problema disso se ele cumpre a sua função de ser divertido e emocionante do começo ao fim?? Com um final surpreendentemente satisfatório, emocional, romântico sendo tudo o que você poderia querer de um filme sobre os piratas mais famosos da Disney.