Integrando a grade da Netflix essa semana, tivemos a estreia do original The Crown. Série atrás de série a netflix tenta trazer uma melhor que a outra, e esta, em especial, se destaca pela qualidade e pela história que pretende contar.
The Crown é a história da Rainha Elizabeth II desde o falecimento de seu pai, até sua coroação aos 25 anos e posteriores decisões tomadas por ela, que afetaram não só a coroa, como a Inglaterra e sua família. Peter Morgan, o criador da série, teve uma sensibilidade única ao retratar uma mulher jovem, cheia de dúvidas e incertezas, mas forte o suficiente para saber de suas responsabilidades e tomar decisões em razão de seu posto, mesmo que isso pudesse interferir na felicidade e na satisfação pessoal dela própria e de seus familiares.
A trilha sonora é impactante e emocionando ao mesmo tempo. A preocupação com a ambientação nos anos 40 e 50, e a retratação dos atores aos seus devidos personagens históricos não poderia ser melhor. É aquela série certeira para pessoas que gostam de histórias de época, principalmente aquelas que aconteceram de fato, e que são fidedignas aos fatos, além de serem técnica e visualmente impecáveis.
O mais importante, que poderia ser o divisor de águas para que a série fosse fadada ao fracasso, é que ela é bem objetiva. Tudo vai acontecendo no momento que tem que acontecer, os diálogos não se estendem ao ponto de ficarem enfadonhos, e um dos melhores pontos da série é que ela tem sim suas partes emocionais, mas foca muito mais na postura da rainha como líder e como mulher forte que abraçou uma responsabilidade com a cabeça erguida, do que em relacionamentos, que é o que se vê bastante em séries de época. Tem, mas é naquele ponto certo pra equilibrar a série, sem perder o tom político que ela possui.
Nessa série podemos observar as angústias, o que ela precisou fazer como líder e quais desejos e vontades pessoais e de terceiros ela teve de abdicar em prol do que ela representa. E já que a história da rainha é longa e ela passou por muitos eventos importantes da história da Inglaterra, é possível que tenhamos mais algumas temporadas nos anos seguintes.
Além de tudo isso, a fotografia é maravilhosa, as locações e figurinos são impecáveis, exite uma quantidade significativa de figurantes para deixar a tela preenchida e ser fiel ao que a história nos conta, e tudo é feito de maneira delicada e atenta aos detalhes. Os efeitos especiais podem não ser os melhores, mas não tira em nada o brilho da série, já que ela tem muito mais a oferecer. Mesmo que cada episódio tenha em média uma hora de duração, é fácil se conectar com a Claire Joy interpretando a Lilibeth, porque a mulher realmente entrou no espírito da personagem, e todos, num geral, estão fazendo um excelente trabalho.
Pra você que curte uma série bem feita, de época, com tramas políticas, mas com aquela classe londrina da realeza britânica e uma trilha sonora impactante, essa série com certeza vai te entreter essa semana!