A franquia cinematográfica baseada na mitologia dos robôs da Hasbro teve início em 2007 sob o comando de Michael Bay, diretor conhecido por abusar da ação, grandes explosões e câmera lenta. Nesta batida ele nos entregou uma trilogia estrelada por Shia LaBeouf, tendo ainda nos dois primeiros longas a atriz Megan Fox. Agora, sem os atores que consagraram a franquia dos robôs nas telonas, Transformers volta aos cinemas para mais uma trilogia com elenco renovado e mais destruição do que nunca.

Quatro anos depois dos eventos de Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011), que arrasaram a cidade de Chicago, Optimus Prime e os Autobots continuam no planeta protegendo a humanidade. Na intenção de erradicar por completo a ameaça de Megatron, o governo autoriza uma caçada aos Decepticons, passando a entender que a presença dos Transformers no planeta não é mais necessária. Isso impulsiona uma aliança com Lockdown, caçador de recompensas alienígena que junto de uma equipe militar humana possui a verdadeira intenção de eliminar os Autobots um por um. O objetivo do vilão é a captura de Prime e esta premissa dá início ao enredo, que parte do momento em que um caminhão velho e em pedaços é comprado por um desempregado inventor texano.

Desta vez Mark Wahlberg (Os Infiltrados, O Vencedor, O Grande Herói) encabeça o elenco humano como Cade Yeager, pai super protetor de uma adolescente chamada Tessa (Nicola Peltz), que cuida do pai irresponsável e vive com os dilemas típicos da juventude. A vida de ambos muda quando descobrem que o caminhão comprado por Cade na verdade é o líder dos Autobots, Optimus Prime. No ritmo acelerado que se prolonga durante todo o filme, Lockdown e seus aliados humanos vão atrás de Optimus, que, em péssimas condições após sofrer um ataque mortal, convoca mais uma vez os Autobots para brigar pelo destino de sua espécie e do planeta Terra. A partir daí o que temos são quase três horas de brigas, explosões, piadas e muita correria no estilo Michael Bay, com pouquíssimas pausas para respirar. A história definitivamente não é das melhores, mas se dedica completamente a realizar destruição total.

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Nem tanto quanto brigas entre robôs gigantes, durante toda as sequências de ação vemos Cade ter reações cômicas ao relacionamento da filha com o corredor Shane Dyson (Jack Reynor), diminuindo o nível de tensão e valorizando a veia cômica do filme. Por mais que você tente encarar uma guerra alienígena com seriedade, algumas piadas parecem forçadas e insistem em prender o filme ao lado descontraído. Ainda no núcleo humano temos o personagem de Joshua Joyce (Stanley Tucci), que é ponto chave na trama e faz a ligação entre Lockdown e os militares humanos. Joshua é chefe de uma empresa que estuda a tecnologia dos Transformers e involuntariamente dá origem aos vilões Galvatron e Stinger, além de uma nova leva de Decepticons, que ameaçam a humanidade.

Infelizmente para os fãs antigos de Transformers, a introdução dos novos Autobots foi muito menos valorizada que a dos novos personagens humanos. Claro que ainda vemos muitos combates envolvendo os novos robôs, com algum destaque para suas personalidades e transformações próprias. Os estreantes são: Drift, samurai e helicóptero dublado por Ken Watanabe (A Origem), Hound, soldado e caminhão dublado por John Goodman (Fred de Os Flintstones) e Crosshairs, armeiro e carro dublado por John DiMaggio (Futurama). Novamente, o Transformer com mais destaque depois de Optimus é Bumblebee, que lidera os Autobots durante a ausência do seu líder e protagoniza novas cenas de comédia com suas falas tiradas do rádio. Aliás, o Camaro amarelo aparece em uma versão clássica de 1967 e posteriormente numa outra novíssima de 2014. Além desse clássico, os amantes de automobilismo gostarão de ver carros como a Lamborghini Aventador, o Bugatti Grand Sport Vitesse e o Corvette Stingray.

Seguindo o estilo clássico do diretor, o ponto forte deste filme é a ação e o quanto o espectador irá gostar dele é diretamente proporcional ao quanto de ação é possível absorver. Os efeitos especiais continuam de alto nível e os belos detalhes gráficos merecem atenção, tornando o formato IMAX 3D o mais adequado para este filme. Já a trilha sonora acompanha o tom da narrativa e cumpre seu papel, incluindo uma música da banda Imagine Dragons. Com muitas cenas de grande impacto, os diálogos ficam em segundo plano junto de todo o resto em detrimento da ação. Entretanto, a história permanece simples e é possível não se perder no enredo mesmo com a alta velocidade das câmeras. Os protagonistas estão em perigo constante, mas o longa não se arrisca em apresentar consequências graves. Isso significa que este é um filme livre de violência explícita mesmo tratando de destruição em massa.

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O último ato do longa merece destaque por apresentar uma batalha em grande escala na China onde finalmente vemos os Dinobots, tratados como guerreiros lendários, honrando o título Transformers: A Era da Extinção. É um dos poucos momentos onde território novo é explorado no rico histórico dos robôs e sejamos francos, ver Optimus dominar dinossauros gigantes e colocá-los na briga é o que faltava para causar a destruição urbana do nível que o filme tanto se esforça para alcançar. Os Dinobots liderados por Grimlock são implacáveis diante dos Transformers que surgiram depois deles e mereciam mais tempo na tela. Usar este tipo de personagem jurássico se prova eficiente em um filme onde praticamente tudo está na tela para ser destruído, desde carros até naves alienígenas.

Apesar de ser um filme totalmente voltado para ação e da atenção dada aos personagens humanos, o universo da franquia é expandido e o final claramente abre margem para continuação. Renovar o elenco foi um acerto, mas ter dedicado tanto ao mesmo conteúdo tão recorrente pode não agradar o fã mais exigente. Mesmo com suas falhas, o filme já alcançou um resultado impressionante na bilheteria da estreia, porém depois de assistir a quatro filmes da série fica a dúvida se resta fôlego para o que vem a seguir. Se você não gostou dos anteriores e procura uma forma de entretenimento mais intelectual, fique longe deste filme. Caso você queira ação sem limites e humor em momentos críticos, fique tranquilo porque esta não será a última vez que veremos Optimus Prime nos cinemas.

Ficha Técnica:
Transformers: A Era da Extinção (2014)
Duração: 165 minutos
Gênero: Ação
Diretor: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Mark Whalberg, Nicola Peltz, Joshua Joyce, Kelsey Grammer, Stanley Tucci, T.J. Miller, Bingbing Li, Shane Dyson, Titus Welliver, Sophia Myles, James Bachman, Thomas Lennon
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