“Você fala sobre redefinir minha identidade. O que eu quero é uma garantia de que ainda vou poder ser eu mesma”

A animação japonesa Ghost in the Shell, do ano de 1995, de gênero ficção cientifica foi dirigido por Mamoru Oshii e escrito por Kazunori Itô e Masamune Shirow. Foi considerado um dos animes mais influentes da história, serviu como uma das principais influencias para a trilogia Matrix dos irmãos Wachowski. Contando a história de um futuro distante onde um grupo policial tenta encontrar um hacker que rouba informações do governo. Originalmente publicado em 1989, o mangá criado por Masamune Shirow, inspirado no livro “The Ghost in the Machine” do autor Arthur Koestler, apresentando um mundo complexo, onde o bem mais precioso é a informação.

A história de “Ghost in the Shell” está à frente de seu tempo, com uma trama simples e direta, discutindo sobre a vida e seus significados através de mensagens subliminares no decorrer da animação, conseguindo envelhecer bem com o tempo, com uma história interessante e atemporal em um ritmo acelerado com diálogos densos e complicados que prendem a atenção do início ao fim, dissertando sobre as limitações do ser humano.

Neste futuro cyberpunk, a tecnologia eletrônica avançou colocar a ponto de que muitos cidadãos agora possuem cérebros cibernéticos, permitindo a interface diretamente com várias redes, sendo que o nível de aprimoramento pode variar de simples interfaces mínimas para a substituição quase completa do cérebro ou com vários níveis de próteses cibernéticas, permitindo que uma pessoa se torne um cyborg com um corpo totalmente protético.

Com uma animação excelente e invejável para época graças ao estúdio “Production I.G”, fundado em 1987, apesar de ser idealizado em 1995, a animação se mantem no mesmo nível de produções atuais, com visuais impressionantes em cenas de ação e em momentos de tranquilidade, se tornando ainda mais impressionante se comparado as produções feitas naquela época. Os designs das peças robóticas presentes no filme também impressionam, principalmente na cena de montagem do corpo da ciborgue Major logo no início do longa.

A principal discussão do filme, sobre o que significa ser humanos, é ilustrada pelos próprios personagens no meio de diálogos, a protagonista Major Motoko Kusanagi, um dos pontos fortes do filme, é uma ciborgue cuja unidade foi designada para investigar mais perigoso cyber-criminoso de todos os tempos, Mestre de Marionetes. Discutindo com seu parceiro, Bato, constantemente sobre as limitações do ser humano e o papel da tecnologia em suas vidas.

O director Mamoru Oshii foi capaz de criar uma obra-prima cinematográfica com suas imagens dinâmicas e inesquecíveis, cada uma das quais é coreografada para ter o máximo impacto, nunca demorando muito tempo para contar cada segmento da história.

Ghost in the Shell é um filme obrigatório para os amantes de filmes de ficção científica. Assistir apenas uma vez é suficiente para entender a história e as ideias básicas, apesar das excelentes cenas de ação quem procura muita ação ficará decepcionado. Mas o filme é certamente um marco para a animação japonesa dos anos 90.

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