Crítica por Lucas Magalhães

A Marvel lançou seu primeiro filme com um elenco majoritariamente asiático, e fugiu da caricatura, muito presente em filmes que retratam a cultura chinesa. Em “Shang-Chi”, toda a parte gráfica é muito bem construída, desde o figurino até os belos cenários nos quais o filme se passa, se estendendo à coreografia de luta (uma das melhores da Marvel), muito bem ensaiada e fluida, sem a necessidade de cortes excessivos, ao contrário, trabalhando substancialmente os planos sequência. 

É fato que o primeiro ato é um pouco apressado em certos momentos, os personagens são rapidamente inseridos na realidade do filme, mas desde o início, conseguimos nos apegar a eles. Simu Liu faz uma bela dupla com Awkwafina, e sua relação fraternal funciona muito bem ao longo da obra, rendendo boas cenas de comédia. A própria atriz é protagonista da maioria delas, suas piadas não precisam ser forçadas justamente por fazerem parte da personalidade da personagem e por entrarem em momentos propícios para isso. Além disso, essa não está aqui apenas para alívio cômico, na realidade, Katy faz parte de um arco muito maior e importante para a resolução da trama. 

O filme não se prende às relações com o universo Marvel, ao contrário, é bem livre para desenvolver sua história de maneira individual. Esse desenvolvimento abre espaço para uma história única, que faz referências a outros conteúdos da cultura pop. A construção imagética é grandiosa, ‘recheada’ com o trabalho de figurino, maquiagem, cenografia, entre outros elementos que resgatam a cultura chinesa. 

Para quem está procurando uma boa dose de ação, “Shang-Chi” também oferece longas cenas de Kung-fu, com um ensaio coreográfico magnífico, e mesmo com os efeitos especiais, a experiência continua intacta do começo ao fim de cada uma dessas cenas. A relação poder-natureza é muito presente no filme, e a trama encontra seus momentos para o crescimento interior do protagonista. O vilão (nesse caso o verdadeiro Mandarim), representado por Tony Leung Chiu-wai, não é tão caricato quanto os costumamos ver em outros filmes da Marvel, e suas motivações se estendem a uma dor incontrolável após uma terrível perda, não justificando seus atos, mas os tornando passíveis de uma realidade que vem de sua natureza. Meng’er Zhang interpreta a irmã do protagonista, e é aquela personagem badass do filme, importante para os arcos de desenvolvimento e conclusão e reserva uma boa surpresa quanto ao seu final. 

Por fim, “Shang-Chi” se consagra como um dos grandes filmes do panteão da Marvel. Um filme com representatividade, Kung-fu, relações familiares, romance, ação e claro um q de Marvel para deixar o ‘pacote’ ainda mais completo.

REVER GERAL
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Artigo anteriorUma Noite de Crime: A Fronteira | Resenha Crítica
Próximo artigoNo Ritmo do Coração chega aos cinemas no próximo dia 23
Estudante de Cinema e Audiovisual na UFF, administrador da página Cinema Break no Instagram e apaixonado pela sétima arte.
shang-chi-e-a-lenda-dos-dez-aneis-resenha-criticaA Marvel lançou seu primeiro filme com um elenco majoritariamente asiático, e fugiu da caricatura, muito presente em filmes que retratam a cultura chinesa. Em “Shang-Chi”, toda a parte gráfica é muito bem construída, desde o figurino até os belos cenários nos quais o filme se passa, se estendendo à coreografia de luta (uma das melhores da Marvel), muito bem ensaiada e fluida, sem a necessidade de cortes excessivos, ao contrário, trabalhando substancialmente os planos sequência. Um filme com representatividade, Kung-fu, relações familiares, romance, ação e claro um q de Marvel para deixar o ‘pacote’ ainda mais completo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui